Peço aos leitores
reserva, visto que este texto é apenas um resumo e não tem a
pretensão de explicar todas as tendências.
Tendência
Tradicionalista: aqui o professor é o centro da relação de
ensino-aprendizagem, detentor de todo o conhecimento que será
“passado” ao aluno, aqui visto como sujeito inerte, meramente
receptor. Como o professor é responsável por escolher os temas e
matérias tratadas, essa tendência acaba por gerar uma pedagogia da
exclusão, alienando o aluno e produzindo nele uma incapacidade
crítica. Ao professor cabe o papel de moldador do aluno – o
professor constrói o molde em que o aluno será despejado. Aulas
meramente expositivas, sem a intromissão do aluno. Está relacionada
ao Positivismo Jurídico. Planejamento claro, provas e notas –
competição entre os alunos, meros reprodutores. Memorização. O
ponto favorável à tendência tradicionalista está no fato de o
conteúdo ser passado em conformidade com os mínimos exigidos pela
lei – e, provavelmente, pela linearidade (organização) com que o
conteúdo é repassado aos alunos.
Tendência
da Escola Nova: o movimento escolanovista surgiu como
contrapartida à tendência tradicionalista. A ideia básica da
Escola Nova é de que o aluno aprende melhor por si próprio. O foco,
nesta tendência, sai do professor e recai no aluno, que ajuda na
escolha das matérias e temas que serão tratados pelo professor.
Como as atividades estão centradas no aluno, ocorre o desprestígio
das aulas meramente expositivas. Esta tendência privilegia a
criatividade. A avaliação de aprendizagem é realizada pelo próprio
aluno, ou seja, este efetua uma autoavaliação. Experimentação.
Contudo, a liberdade pode virar liberalidade. Ademais, traz
dificuldade ao professor, que não conseguirá trabalhar com os
diversos interesses manifestados pelos alunos. No Brasil, o grande
nome escolanovista é Anísio Teixeira.
Tendência
Tecnicista: o
professor é um especialista, um técnico, e passa o conteúdo de uma
maneira cientificista, voltada para a criação de profissionais
capacitados tecnicamente a exercerem suas carreiras. Está mais
próxima da tendência tradicionalista do que da escolanovista. Aqui
o aluno é receptor do conteúdo escolhido pelo professor
especialista. Ensino de ferramentas, instrumentos úteis ao cotidiano
do profissional. Questões filosóficas e sociológicas deixadas de
lado. Operadores do Direito. Avaliação e produtividade. É o mais
comumente visto nas faculdades de Direito brasileiras.
Tendência
Crítica: esta tendência representa uma crítica às tendências
tradicionalista e tecnicista. Nela, o professor deve instigar o
interesse no aluno, desvendando-lhe sua posição do processo
ensino-aprendizagem e no quadro social. O professor é uma espécie
de vetor para que o aluno transforme sua realidade. Superação.
Marxismo. O aluno participa ativamente, mas não há tanta liberdade
como na Escola Nova. O professor é um orientador, ele conduz o
processo de ensino. A avaliação se preocupa com a análise crítica,
por parte do aluno, do conhecimento a partir de seu contexto
socioeconômico e cultural.
Referências:
BONAT,
Debora. Didática do Ensino Superior. Curitiba : IESDE Brasil
S.A., 2009.
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